Nesta série de artigos vamos te mostrar práticas que utilizamos em permacultura que não só poupam tempo, esforço, recursos e dinheiro, mas que ao mesmo tempo são parte de uma prática regenerativa, ecológica e mais sustentável que se pode e DEVE fazer em casa. Não requer conhecimento ou experiência prévia em agricultura biológica ou permacultura, apenas vontade de ter uma rotina mais harmoniosa com os processos naturais que já ocorrem à nossa volta, aproveitar processos e recursos que já acontecem nas nossas casas e optimizar o nosso tempo e os nossos recursos.
Permacultura oferece não só os princípios éticos para nos guiar para uma vida mais sustentável, mas também as técnicas práticas congruentes a elas, para que possas aplicar no terreno todas as coisas lindas que dizemos sobre a Natureza: que devemos protegê-la, que o nosso estilo de vida pode ser mais sustentável, que devemos reciclar mais, produzir menos lixo e poluição, produzir (pelo menos alguns) dos nossos alimentos e ser menos consumistas, satisfazendo algumas das nossas próprias necessidades, etc
Mas COMO é que protegemos a Natureza? Falar é fácil, mas quais as AÇÕES que podemos tomar no nosso dia-a-dia, que sejam simples, que nos ponham a proteger a Natureza? A ter um estilo de vida mais sustentável?
Nós acreditamos que não são as grandes mudanças que fazemos uma vez, mas as pequenas ações que tomamos todos os dias que realmente fazem a diferença. Significa, pelo menos para nós, que o primeiro sítio onde se podem tomar pequenas ações nesse sentido é em casa.
Nesta PARTE 1 vamos falar sobre como temos recursos em casa que não sendo utilizados – são lixo e poluição – mas bem aproveitados, tornamo-nos em alquimistas e transformamos esse lixo em bens preciosos e úteis.
Poluição são apenas recursos para os quais não temos uma utilidade. Não podendo re-inseri-lo num sistema de reciclagem (voltar a entrar no ciclo de uso), acumula e estagna - poluindo. Qualquer recurso que tenhas em casa que não estejas a utilizar ao máximo pode ser considerado poluição, e por isso queremos dar-te umas dicas de permacultura que podes aplicar já para minimzar o afluente de poluição que sai da tua casa, mas sim criar mais abundância.
Parte 1 ALQUIMIA: LIXO EM OURO
1. O LIXO DE UM É O TESOURO DO OUTRO
2. COMPOSTAGEM E VERMICOMPOSTAGEM
3. BIO FERTILIZANTES
RE-CICLAGEM
Não passa por apenas pegar em tudo que seja plástico, vidro ou papel e mandar para os centros de reciclagem. Se considerares o combustível necessário para os camiões de reciclagem irem buscar o nosso lixo, as emissões que lançam para atmosfera a cada viagem, a energia gasta pelos centros de triagem e reciclagem e como essa energia foi produzida, a pegada ecológica pode ser até maior do que NÃO fazeres a reciclagem. PODE. Não quer dizer que assim seja. Mas é um equilíbrio muito ténue e é só para ilustrar que a pegada ecológica da reciclagem é maior do que pensamos.
- Podemos re-aproveitar frascos de feijão ou de molho de tomate para a nossa própria produção alimentar, como doces, conservas, pickles, etc
- Podemos re-aproveitar cartões e cartolinas para sheet mulch (explicamos o que isso é mais abaixo)
- Podemos reduzir nas nossas idas ao supermercado o nosso consumo de produtos excessivamente embalados e focar mais em comprar a granel, para levarmos menos plástico para casa e reduzirmos a nossa pegada ecológica por simplesmente, por ex: comprar os cogumelos “ao saco” no supermercado em vez dos pré-embalados.
- Podemos re-aproveitar papéis mais finos para fazer acendalhas caseiras – o que poupa na reciclagem industrial e na compra de acendalhas comerciais feitas de plástico.
Trazemos MILHARES de coisas para casa, e muitas delas podem ter utilizações futuras ANTES de irem parar ao lixo – só isso fará uma diferença ENORME na tua busca por um estilo de vida mais sustentável.
1. O LIXO DE UM É O TESOURO DO OUTRO
O Filme “Grinch” tem uma versão mais engraçada desta expressão: “O Lixo de Um é o PotPourri de Outro”. Mas não te estou a dizer para andares por aí a mergulhar dentro de contentores do lixo à procura de tesouro.
A ideia é pensar bem nos recursos que estão a ser mandados fora e que ainda têm utilidade antes de ser hora de os descartar. Aqui vão apenas alguns exemplos:
- COUVETES alimentares de esferovite servem de paletes para tintas quando quero pintar, para secar as minhas flores, sementes, plantas para chás e outros projetos manuais.
- BORRAS de Café: tenho um pequeno contentor separado para guardar a minhas borras de café (e aqui em casa são quantidades INDUSTRIAIS :s). Temos tantas borras que tenho mais do que suficiente para a minha horta, para a compostagem, para o vermicompostor, e para juntar num canto da horta para eventualmente criar cogumelos. Também servem para afastar as formigas da horta.
- CINZAS: Ainda não existe NADA no mercado tão bom para arear tachos e panelas como esfregar cinza. Também é muito útil para fazer a nossa própria lixívia natural para roupa.
- CASCAS DE OVO: Rico em cálcio. Pode ser pulverizado e dado às galinhas para que ponham ovos fortes. Também podes fazer os teus próprios suplementos de cálcio fazendo um pó com a casca e tostando no forno a baixas temperaturas.
- CASCAS DE LARANJA, LIMÃO E OUTROS CITRINOS: FANTÁSTICO para fazer produtos naturais de limpeza – nunca mais gastas fortunas com produtos de limpeza, e a e tua casa vai sempre ter um aroma fresco e agradável. Existem imensos métodos e receitas diferentes online para te inspirares.
- GUARDANAPOS E ROLO DE COZINHA: Esses também não vão para o lixo. Se tiverem sujos de óleos, são mais dificeis de aproveitar, mas fora essa exceção, ou vai para o compostor ou para as minhocas. Também se pode fazer papel artesanal e pasta de papel para projetos manuais aproveitando papel que iria para a reciclagem industrial – até se pode fazer um chão de sacos de papel lindíssimo com este material reciclável.
- GARRAFAS DE VIDRO, PLÁSTICO E LATAS: Se já ouviste falar das Earthship, sabes do que vou falar a seguir. O arquiteto Michael Reynolds usa latas e garrafas de vidro para fazer tijolos para eco-casas à cerca de 40 anos. Estas casas são mais sustentáveis de manter do que uma casa convencional, porque é aclimatizada passivamente (não requer energia elétrica para se manter entre os 18-25C – mesmo em locais onde as temperaturas atingem -20C a 40C), produz alguns dos seus própios alimentos, captura a própria água, etc.
Muitas dessas capacidades são possíveis devido aos materiais escolhidos para a construir. Os tijolos feitos com garrafas de vidro permitem entrar luz natural e criar vitrais espantosos embutidos nas paredes, enquanto que paredes feitas com “tijolos de lata” são também à prova de som devido à forma da própria lata.
Se não estás a pensar construir uma casa, as mesmas técnicas se podem aplicar para fazer muros ou camas elevadas, por exemplo – poupando-te muito dinheiro na compra de cimento e outros materiais se começares a recolher esse material tu próprio.
Também é possível derreter garrafas de vidro para fazer bases de apresentação de comida para a tua mesa.
Com garrafas de plástico podemos até construir uma horta vertical (que iremos explorar com mais pormenor noutra publicação), se este artigo te deu vontade de ter uma mas te faltar o espaço para isso.
Esquece as Plantas. O que queres alimentar é o SOLO. SOLO Saudável = Plantas saudáveis = Pessoas Felizes Por isso vamos te dar duas dicas de permacultura e sustentabilidade para isso mesmo: Compostagens e Biofertilizantes.
2. COMPOSTAGEM E VERMICOMPOSTAGEM
Diz adeus ao “sumo de lixo” que pinga do teu saco a caminho do contentor – para sempre! 😀
Já mencionámos acima que muito do que iria parar ao saco do lixo e ao aterro sanitário pode e deve ser re-utilizado em casa – para nosso bem e para o bem do planeta. Quando “lixos” orgânicos são mandados para os aterros via sacos do lixo, a decomposição que acontece no aterro pode até tornar-se perigosa.
Os gases produzidos dentro dos sacos resultantes dessa decomposição, e enterrados sob toneladas de outro lixo, agem como uma panela de pressão, e pode mesmo causar explosões nos aterros sanitários – além de incêncios devido à produção de gases altamente inflamáveis que não têm para onde ir…
É importante fazer a separação de todo o lixo orgânico do inorgânico. Vais ver que, entre fazer isso e a reciclagem dos vidros, papéis e plásticos, não terás lixo quase nenhum a ir para o aterro. A sensação é tão agradável – principalmente quando deixarmos de ter de fazer a caminhada malcheirosa de levar o saco do lixo ao contentor.
Dentro das tuas circunstâncias – se vives no campo ou na cidade – a forma como fazes este processo muda apenas um pouco.
As borras de café, os guardanapos, os restos da cozinha, tudo isso pode ser re-aproveitado para fazer MAIS COMIDA! Nhami. Para isso basta dares ao compostor, às minhocas, ou às galinhas e patos.
Dar o quê a quem?
- Restos de cozinha crus: Galinhas e/ou patos, compostor, minhocas (salvo algumas exceções que iremos falar mais abaixo)
- Restos cozinhados: Galinhas e/ou patos. (Comida cozinhada não deve ir para o compostor nem para o minhocário)
- Borras de café e guardanapos: compostor, minhocas, e para criar cogumelos
COMPOSTOR
Para uma boa compostagem, é preciso duas coisas – verdes e castanhos. Ou seja, Azoto e Carbono.
Verdes sendo as coisas “frescas”, ainda vivas, que queres decompor, e os Castanhos, o material mais seco e inorgânico, mas biodegradável – como folhas secas, papel, etc.
- Queres manter uma proporção de 60% castanhos para 40% verdes.
- Fazes camadas de lasanha de cada uma, começando por uma base de castanhos – aqui entram os cartões e cartolinas, por exemplo.
- Daí para a frente vais construindo a camada verde, e depois outra camada castanha, e por aí fora.
- Se cheirar muito mal, é possível que tenhas demasiados verdes, por isso compensa com “castanhos” e depois continua a rotina normal.
Depois de algum tempo, dependendo do tipo de compostor que tens e que tipo de compostagem que estás a fazer (tema para outro artigo) – terás terra fantástica para alimentar as tuas plantinhas, que te darão mais comida… e cujos restos irão de novo para o compostor.
Ah… The circle of life.
Se não tens horta para utilizar este composto fantástico, podes sempre doá-lo a uma horta comunitária – ou vendê-lo. Composto pode ser um recurso muito valioso se for de boa qualidade. Seja como for, ganhas – agora o teu “lixo” está a render.
VERMICOMPOSTOR ou MINHOCÁRIO
O Vermicompostor (de minhocas – existem vermicompostores com outros bichos, mas isso é para outro artigo) é, na minha opinião, uma solução interessante para quem tem espaço limitado e não pode fazer compostagem – como em áreas urbanas – mas ainda querem reciclar algum do seu lixo orgânico.
Como o compostor, que não gosta de cozinhados (é estritamente crudívero), as minhocas também têm as suas particularidades.
Uma regra útil e engraçada que me ensinaram quando tirei o meu Curso de Design em Permacultura: Qualquer coisa que arda no olho, não pode ser colocado no vermicompostor.
Ou seja, laranjas, por exemplo, está fora de questão. E óleos, por sufocarem a minhoca, também não são aceites. Cozinhados também não – vêm carregados de óleos e temperos irritantes – imagina pôr sal e pimenta no teu olho! É assim que a minhoca se sentiria se colocasses essas coisas na sua casinha e todos esses elementos entrassem em contacto com a sua pele sensível.
Para fazer um vermicompostor é muito simples – e se estás preocupado com o odor – na minha experiência, ele não existe. É uma das razões porque acho que o vermicompostor é uma boa opção para habitações urbanas – o facto de um vermicompostor poder ser de qualquer tamanho e poder ser ajustado à escala que se consegue fazer também ajuda nesse aspeto – ao contrário do compostor, que precisa de um mínimo de 1m cúbico para uma compostagem de qualidade.
Aqui está uma foto do nosso vermicompostor e como ele funciona:
- Recolhemos 3 Caixas de esferovite de um supermercado – as caixas de peixe são ideais.
- Caixa de cima=1; Caixa do meio=2; Caixa de Baixo=3
- As caixas 1 e 2 têm pequenos buracos no fundo.
- Colocam-se em torre como se vê na imagem e coloca-se alguma terra, as minhocas e os restos a compostar na caixa do meio (2).
- Vai-se alimentando as minhocas da caixa 2 até terem convertido todos os restos em composto de minhoca.
- Os buracos da caixa 2 deixam escoar liquidos que acumulam na caixa 3.
- Quando a caixa 2 estiver cheia de composto de minhoca, começa-se a colocar os restos na caixa 1.
- Os buracos da caixa1 permitem que as minhocas se desloquem sozinhas da caixa 2 (que agora está cheia) até à caixa 1.
- Depois das minhocas terem migrado todas para a caixa de cima onde está a comida nova, podes tirar a caixa 2 e despejar o composto de minhoca, e o liquido da caixa 3.
- Depois a caixa 1 – onde estão agora as minhocas e onde se despejam os restos – troca de lugar com a caixa 2 (já esvaziada) que passa para o topo.
Ou seja, as caixas 1 e 2 estão sempre a trocar de lugar À medida que as minhocas enchem as caixas com composto super rico criado dos restos da cozinha e a caixa 3 recolhe os líquidos produzidos pelas minhocas durante a compostagem.
- Deves manter o minhocário escuro e húmido.
Além de te ajudar a minimizar o lixo que terias de levar para o contentor, produz composto de minhoca que, se fores comprar aqui em Portugal até está mais ou menos em conta, mas noutros países – como no Canadá, onde vivemos uns anos – podem custar uma fortuna, dependendo da qualidade.
Também produz minhocas, que podes usar ou vender como isco de pesca quando tiveres demasiadas, ou suplementar a alimentação das tuas galinhas com uma boa dose de proteína de minhoca – elas adoram e a sua saúde agradece. Além disso tudo, também produz o chamado “sumo de minhoca” um líquido altamente rico em nutrientes que pode ser usado como bio-fertilizante.
“LIXO”+VERMICOMPOSTOR= 3 produtos biológicos com pelo menos 4 funções diferentes!
NA HORTA
Agora, às dicas práticas de Permacultura para a horta. Se produzes, ou queres produzir, alguns dos teus alimentos em casa, estás de parabéns.
Se queres seguir a via biológica, estás de SUPER parabéns. Na minha opinião, se vais envenenar a terra da tua casa com pesticidas e herbicidas para ter tomates e pimentos gigantes, estás melhor a ir ao supermercado – ao menos assim não estás a destruir o teu próprio habitat.
Se vives na cidade, procura uma horta comunitária por perto, ou cria a tua própria horta vertical! Podes comprar um kit, mas se estás em modo eco, podes fazer um com materiais reciclados como mencionámos acima.
Online existem imensas ideias e até planos para te guiar na construção de uma horta vertical que traga o campo para o teu cantinho na cidade – se quiseres ver por ti mesmo como isso funciona, podes vir ao Hostel Atlas em Leiria 24 de Junho onde vamos montar uma no centro da cidade num pequeno workshop organizado pela malta do eco-festival Museum Festum 😉
3. BIO FERTILIZANTES
Ao escolher a via biológica, vamos nos deparar com alguns desafios – as plantas podem (podem – não quer dizer que assim seja) demorar mais tempo a crescer, e podem não atingir aqueles tamanhos impressionantes que as pessoas tanto gostam de gabar (incluindo eu); irão aparecer pragas (não é um “se” – vai acontecer, por isso aceita) e vai cair o pânico quando vemos as nossas favas cobertas de afídios sugadores – falo por experiência própria.
Mas todos esses problemas desaparecem quando colhemos comida com um sabor incomparável ao tomate deslavado do supermercado, ao ver as joaninhas a aparecer para um belo jantar de afídios e a salvar as tuas favas de uma morte quase certa – mais uma vez, falo por experiência própria.
Por isso é que quero falar aqui dos bio fertilizantes que tenho usado para ajudar a resolver esses problemas: chorume de urtigas, enraizador de salgueiro, sopa de legumes, sumo de minhocas, urina (sim, leste bem!) e óleo de neem (este último foi o único que ainda não experimentei pessoalmente). Não vou falar em muito detalhe sobre cada um, mas deixo as referências para que possam explorar cada opção por ti mesmo.
SUMO DE MINHOCA
É o residuo líquido que acumulará no fundo do vermicompostor – eu gosto de lhe chamar ouro liquido – é extremamente rico em nutrientes e as plantas ADORAM. Diluo um pouco na minha água de rega quando o vejo que tenho bastante no fundo do vermicompostor.
ENRAIZADOR DE SALGUEIRO
Não é tanto um fertilizante, mas um fortalecedor do sistema imunitário da planta e, como o nome indica, um enraizador – é fantástico para transplantes, quando queremos que a planta se estabeleça e crie raízes e para a fortalecer quando está no seu estado mais vulnerável. Podes consultar o nosso artigo sobre o assunto.
CHORUME DE URTIGAS
É um autêntico produto 2 em 1 – tanto serve como um fertilizante espetacular como também pode ser pulverizado para dar cabo de pragas – como os afídios que atacaram as minhas favas esta Primavera.
Para servir de fertilizante:
Coloca urtigas em água e deixar fermentar – quanto mais malcheiroso, mais as plantas adoram – depois basta diluir 20 para 1 (ex: 1l de chorume para 20 de água) e regar.
Para servir para pulverizar as pragas:
Apenas muda a preparação: colocam-se as urtigas em água mas deixam-se no MÁXIMO 2 dias. Eu nunca deixo passar as 15 horas, como não sei o impacto que um chorume muito forte terá noutros insetos benéficos como as joaninhas, prefiro uma solução mais fraca e aplicar mais vezes do que arriscar maltratar o ecossistema de seres vivos na minha horta. O produto não se dilui – pulveriza-se puro para cima dos bichinhos indesejados.
Consulta este artigo espetacular sobre Chorume de Urtigas do blog “A Senhora do Monte” .
URINA
Nós TAMBÉM fazemos parte da Natureza – e como tal, TAMBÉM produzimos coisas que outros elementos da Natureza precisam. Uma dessas coisas é URINA.
Urina é altamente rica em AZOTO, um elemento muito necessário ao crescimento das plantas. Se já viste isto nas etiquetas de fertilizantes – NPK – e depois uns números – 6-12-6 – fica sabendo que esses números representam a quantidade de certos elementos nesse fertilizante, e que o N em NPK significa NITROGEN – ou seja, AZOTO.
Aquelas bolinhas azuis que vemos pessoas gastar dinheiro para largar na terra e que chamam fertilizante, é AZOTO. Apenas acho triste que as pessoas estejam a gastar dinheiro nesse nutriente quando têm bexigas com uma fonte inesgotável dele, de graça e de muito melhor qualidade.
Urina é um fertilizante poderosíssimo – tanto que, se abusares, queimas as plantas. Nunca uses mais concentrado do que 1-20: 1litro de urina por 20L de água.
Se tomas medicação, principalmente antibióticos, não uses a Urina – se tem ANTI-BIÓTICOS (=anti – bio=vida) não queres por isso na terra porque vai matar a biodiversidade na tua terra. Espera um ano até o teu ecossistema interno estar bem o suficiente para produzir urina de qualidade para as tuas plantas.
Também podes utilizar urina para aumentar a actividade bacteriana da compostagem, aumentando a temperatura dentro da pilha de composto e assim acelerando o processo. Vimos isso ser utilizado para aquecer uma pilha de composto que conseguia atingir oa 100ºC para aquecer água do duche.
Urina tem sido utilizado para IMENSAS coisas, desde fixar cores em tecidos, como para fazer detergente para a roupa – a minha irmã gosta de dizer “O ingrediente secreto para tudo é sempre urina ahaha.”
SOPA DE LEGUMES
Para aqueles que não têm acesso ou condições para utilizar urina, para aquelas alturas em que é dificil encontrar urtigas em quantidade para fazer chorume, ou ainda não tens sumo de minhoca (ou em quantidade suficiente) do teu vermicpompostor, a sopa de legumes é uma excelente forma de suplementar a dieta das tuas plantas. Também é útil se quiseres tirar proveito dos teus restos crus de cozinha mas não tiveres um compostor, vermicompostor ou galinhas.
Receita:
- Triturar restos de cozinha crus, juntar água e deixar fermentar aberto. No Verão, mais ou menos 3 dias – ou quando começar a borbulhar.
- Coar. As fibras podem ir diretas para a horta.
- O preparado pode ser usado puro ou diluido.
- Aplicar de 15 em 15 dias durante o crescimento, floração, frutificação.
ÓLEO DE NEEM
Ainda não tive a oportunidade de experimentar este produto, mas veio-me altamente recomendado por ser um óleo natural de vem de uma árvore (árvore de Neem) e poder ser usado livremente contra pragas sem contra-indicação alguma para as plantas. Como também não sei se a produção deste óleo é sustentável, e ainda não fiz bem a minha pesquisa, ainda não tenho opinião própria sobre ele – se experimentares, partilha a tua experiência 😉
To be Continued….